terça-feira, junho 21, 2011

A Descoberta maior do mundo, por Deise Barreto.

Disse a flor para o pequeno príncipe: é preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas. (Antoine de Saint-Exupéry).


A vida das borboletas começa com os ovinhos.
Uma borboleta é capaz de pôr até 500 ovos, do tamanho da cabeça de um alfinete.
Depois de pôr os ovos, a borboleta morre.
Do ovo, posto numa folha de árvore, nasce uma pequena larva que se alimenta comendo as folhas onde se encontra. A medida que vai comendo, vai crescendo, até transformar-se numa lagarta que começa a produzir uns fios de seda parecidos com uma teia de aranha.
Um por um ela vai tecendo esses fios até formar um casulo que fica pendurado num galho.
A lagarta fica dentro deste casulo, que mais parece uma folha seca e morta, pendurada, pronta para cair. Durante este período, ela vai se transformando, ate que, após duas ou três semanas, algo estranho começa a acontecer. O casulo vai sendo rompido, e dali sai uma linda borboleta, movendo todas as partes do seu corpo, para conseguir se libertar.
A lagarta, enquanto estava encolhida no seu casulo, deixou-se transformar numa borboleta para continuar a vida. A borboleta, bela, colorida, cheia de vida, vai, como que em forma de dança, voando de flor em flor, misturando-se com o colorido e a vida das flores. Como se não bastasse a vida que ela representa, ainda promove a vida, pois na dança, à procura do néctar, a borboleta facilita o contato entre as plantas, realizando a polinização. (Desconheço autoria).

A maioria das pessoas se admiram frente a beleza das borboletas e para muitos elas são um símbolo de transformação.

Nós seres humanos somos potencialmente seres em constantes transformações, mudamos o tempo todo, mudamos diariamente.

Se hoje você pegar um livro que leu anos antes com certeza apreciará a leitura com outra visão, com um novo ponto de vista.

Muitos se surpreendem quando se deparam com mudanças de opiniões do parceiro, de um familiar ou de um amigo, dependendo da circunstância ainda questiona se o indivíduo não está sendo contraditório.

Mas, se somos seres que vivem em constante transformação, logo é natural estarmos mudando em todos os aspectos. Correto?

Lugares, filmes, livros, músicas são admirados de formas diferentes cada vez que são 're-visitados'...

Agora pensando no AUTOCONHECIMENTO...

Muitos indivíduos quando buscam o processo de análise para atingir o autoconhecimento, chegam com pressa, como se acreditassem que existe uma 'bula' ou 'manual de instruções' para obter o que tanto almeja de forma rápida, prática e objetiva.
Mas, quando dizem que somos seres complexos, não é mentira... É a mais pura verdade!
Somos complexos demais, mas quando nos permitimos entrar em contato com o nosso mundo interior, tirar o véu que encobre a nossa visão, quebrar as resistências que nos colocam obstáculos, começamos a percorrer um longo caminho, caminho este que acontece de dentro para fora...
Voltamos as esferas tão distantes e desconhecidas.

O que somos hoje é um conjunto de experiências que contribuíram para constituir o nosso EU, desde a nossa relação com o nosso primeiro objeto de amor - MÃE ou cuidador (a) e toda a nossa vivência bio-psico-social.

Quantas coisas acontecem ao longo da vida de um indivíduo desde a sua concepção?

Como foi encarada a chegada do bebê? Foi desejado? Amado? Como foi o parto? O que aconteceu em sua primeira infância? Doenças, traumas, alegrias? Como foi vivenciada a infância e adolescência? Muitas coisas acontecem, somos seres em contato com outros seres constantemente, lidamos com situações boas e ruins, momentos de prazer e desprazer, construímos valores, crenças, nos deparamos com problemáticas diversas... E tudo vai se ligando...

No processo psicoterápico pouco a pouco, lentamente, com paciência e boa vontade vamos descortinando, podendo compreender que uma atitude de hoje pode ter uma ligação a algo ocorrido muitos anos antes...

Aprendemos a PERCEBER... COMPREENDER... entre tantas outras coisas, porque o processo embora lento e muito doloroso, é mágico, é fundamental para viver melhor e em harmonia com a pessoa que lhe é tão importante: VOCÊ!

Quando aprendemos a nos amar, nos valorizar e nos respeitar, logo poderemos amar, valorizar e respeitar o nosso próximo, e automaticamente o nosso próximo irá ter essas três bases para lidar conosco.

Somos como a borboleta...

E quando nos permitimos ter esse encontro conosco, podemos então dizer:

"Não posso olhar para trás e me queixar. Sobrevivi a tudo e hoje vivo intensamente a descoberta maior do mundo..."

Deise Barreto.

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